segunda-feira, 28 de julho de 2008

POR :Andre RS SAMBA


Pois é pessoal tenho muito a dizer sobre esse trahalho que iniciei junto com Marco Aurelio, João Paulo e Fernadinho;

em setembro de 2003 , demos o ponta pé inicial no grupo, surgindo o nome do qual eu com muita alegria sugeri ( RS SAMBA) por votação foi aprovado!

Logo depois começamos um trabalho exaustivo de ensaio para colocar o grupo no cenario do samba em Porto Alegre, até que um dia começamos a tocar em uma casa que abriu na Zona Norte de Poa.
Depois disso não paramos mais de fazer show pela cidade.

formação do grupo, pandeiro,rebolo,recoreco,cavaquinho tantan,violão

Assim o grupo RS SAMBA apareceu. Foi muito trabalho pra chegar até a FESTA DA FARROPILHA,PEPS ON STAGE POR DUAS VESEZ,SER CONSIDERADO OS MELHORES DO ANO POR 3 ANOS SEGUIDOS. POR TOCAR NAS MELHORES CASA DE SHOW DE PORTO ALEGRE FASENDO SAMBA DE VERDADE SAMBA DE RAIz DE MESA DE RODA,

ATÉ CHEGAR O TÃO SONHADO CD ( NO QUAL BRINDARIA NOSSO ESFORÇO E TRARIA MUITA ALEGRIA). MAIS OUVE PEDRAS NO CAMINHO COMO QUALQUER TRABALHO. MAIS A SUPERAÇÃO AINDA ESTAR POR CHEGAR, SOU MUITO AGRADESCIDO POR FASER PARTE DESSE TRABALHO, AGRADESÇO A DEUS , E AS PESSOAS QUE ESTIVERAM DO MEU LADO TODO ESSE TEMPO QUE POR LA ESTIVE.

SOBRE A MINHA VOLTA PARA O GRUPO SINCERAMENTE NÃO ESPERARIA RECEBER NENHUMA RETALIAÇÃO POR TAL VONTADE, AFINAL DE CONTAS TODOS NÓS ERRAMOS, A DIFICUDADE BATEU NA MINHA PORTA EM UM MOMENTO CRUCIAL ,SE DEUS ME TESTOU PARA SABER O QUE É MAIS IMPORTANTE PRA MIM ELE TEVE SUA RESPOSTA.
AGORA O QUE POSSO FASER E COlOCAR NA SUAS MÃOS O MEU RETORNO, PARA DAR CONTINUIDADE AQUELE TRABALHO QUE VINHA DE VENTO EM POUPA.
MINHA VIDA MELHOROU COM A ATITUDE QUE TOMEI DE ME AFASTAR DO GRUPO; MAIS MEU CORAÇÃO NUNCA ACEITOU A DISTANÇIA!
RS SAMBA É MINHA CASA!
A MUSiCA É A POESIA QUE CORRE NAS MINHAS VEIAS!
E A FAMILIA É MEU ALICERCE!

IMPERIO DA ZONA NORTE


S.B.C.C. IMPÉRIO DA ZONA NORTE
(((CAMPEÃ DO CARNAVAL 2008)))Império da Zona Norte!
Uma escola de samba do carnaval de Porto Alegre. Sua sede está localizada no bairro Navegantes que fica na zona norte, foi fundada em 20 de março de 1975. Seus fundadores foram: Pedro Guilherme Lopes, Waldir Alves, Oscar Alves, Heitor Lopes, Carlos Alberto, Gildo Lopes e Ana Regina Lopes.Personagens da Escola:
Antônio Ademir de Moraes (O Urso) Presidente, que trouxe a escola de volta ao grupo-especial! Reestruturou o patrimônio da entidade e conquistou um título no grupo especial após 26 anos sem vencer.
Jacques Machado (o Jacão) Colaborador em muitos momentos da escola.
Ana Marilda:Passista que sempre desfilou pelo Império.
Waldir Alves: Fundador e intérprete da escola nos primeiros anos de carnaval.Ficha Técnica:Fundação: 20 de Março de 1975Cores: Amarelo, Prata e Branco Símbolo: Dois Leões alados coroadosBairro: Navegantes Presidente: Antônio Ademir Moraes (O Urso) Intérprete: Sandro Ferraz, Dir. Carnaval: Walmir OliveiraDir. Bateria: Mestre Marcinho Enrredo: Da África à Zona Norte, sim senhor. Esta é a história do samba!Títulos:
1976: Exaltação à Zumbi dos Palmares. (Grupo-A)
1982: Contatos Imediatos do Terceiro Grau. (Grupo Especial)
1995: Mandela, da África Brasileira à Ópera da Conquista. (Grupo-A)
2004: No Espelho do Universo, Reflete a Luz de uma Nova Era. (Grupo-B)
2005: Da Baronesa ao Trensurb, o Império faz a Viagem Através da Ferrovia.(Grupo-A)
2008: Da África à Zona Norte, sim senhor ...esta é a história do samba(Grupo especial)

ESTADO MAIOR DA RESTINGA


S.R.B. ESTADO MAIOR DA RESTINGA
A Estado Maior da Restinga foi fundada em 20 de março de 1977. Seus fundadores foram: José Silva, Julio Cezar, Osvaldo Santos, Adão Guedes, José Bitencourt, Evaristo Mutt, Maria Silva, Helio Garcia, Geraldo Neves, Claudio Machado e João Pedro. Suas cores são o verde, vermelho e branco e seu símbolo é um cisne branco. Desfilou pela primeira vez em 1979 e conquistou seu primeiro título em 1982. Sua quadra se localiza no bairro Restinga.
Por estar localizada no extremo sul da cidade de Porto Alegre, a escola preserva suas raízes, tendo como boa parte de seus desfilantes moradores da Restinga Velha, Restinga Nova e Vila Nova.
É uma das escolas mais queridas no carnaval de Porto Alegre, por sempre fazer grandes desfiles e, desde seu primeiro ano no Grupo Especial, disputar as primeiras posições do carnaval porto-alegrense. Fez grandes desfiles, além dqueles em que foi proclamada a campeã.
Já teve como enrredos importantes o Mercado Público de Porto Alegre (1985), os jogos de azar (1989), o Guaíba (1990), os sete pecados capitais (1993 - considerado um dos maiores desfiles de sua história e que tem o seu resultado, o segundo lugar, contestado até hoje por boa parte dos sambistas da cidade), a história de lutas do povo africano (1996) e a história do carnaval desde as saturnálias romanas (2001).
Ficha Técnica:Fundação: 20 de Março de 1977Cores: Verde, Vermelho e Branco Símbolo: Cisne Branco Bairro: RestingaPresidente: Hélio GarciaIntérprete: Renan Zona SulDir. Harmonia: Andy LeeDir. Bateria: Mestre GutoTítulos:
1982: Cassino da Urca. (Grupo-A)
1987: Sistema Solar.
1991: África, Raízes Negras na Terra do Samba.
1992: Lendário e Fascinante, Mar, Misterioso Mar.
1994: África-300 Anos de Zumbi dos Palmares.
1999: O Bailado dos Cisnes nas Asas da Imaginação.
2004: Espelho, Espelho Meu, Existe Alguém Mais Tinga do Que Eu? (Grupo-A)
2005: O Enigma de Todos os Tempos. A Estado Maior da Restinga Pergunta: Que Mistério é Esse?
2006: Hoje a Restinga se Encanta e Faz a Festa Com Você 75 Anos Viva OAB!

IMPERADORES DO SAMBA




S.R.B. IMPERADORES DO SAMBA
S.R.B. Imperadores do Samba é uma escola de samba da cidade de Porto Alegre. Sua quadra localiza-se no bairro Praia de Belas, foi fundada em 19 de fevereiro de 1959. Sua cores são o vermelho e branco, seu símbolo a coroa imperial guardada por dois leões africanos. É a segunda maior vencedora do carnaval do categoria especial da capital gaúcha.Personagens da escola:
Mestre Neri Caveira - mestre de bateria.
Roberto Correia Barros (Betinho) - Diretor de carnaval nos anos 80 e presidente nos campeonatos de 1995 à 1998 e 2000 e 2001.
João Aruanda - Diretor de harmonia.
Vera Costa - Temista de 1996.
Wilson Ney - Autor de "Convite ao Povo", popularmente conhecido como "Povo Meu" que tornou-se um dos hinos da escola.Ficha técnica:Fundação: 19 de Fevereiro de 1959Creso: Vermelho e BrancoSímbolo: Dois leões africanos guardando a coroa imperial Bairro: Praia de BelasPresidente: Luis Carlos AmorimIntérprete: Carlos Medina Dir. Carnaval: Julio Lemos Dir. Bateria: Sandro Brinco Enrredo: Olufiran - Rei Mendigo que recebe seu trono dos Imperadores.Títulos:
1964- Rio 400 Carnavais. (Grupo-A)
1965- Festa nas Antilhas. (Grupo-A)
1967- May Fair Samba.
1968- Festa no México.
1969- Os Bandeirantes.
1975- Apoteose Histórica do Mundo Literário de Monteiro Lobato.
1981- Noite de Criança, Bailando os Raios de Prata.
1988- Das Glórias do Gramado, Apoteose de Alegria, Um Rei Entre os Imperadores.
1990- Moitará.
1993- Lupi, Podes Entrar a Casa é Tua.
1995- O Fantástico Mundo de Monteiro Lobato.
1996- Perfume, Um Banho de Cheiro.
1997- Imperadores Século XXI.
1998- Brasil, Mostra a Tua Cara.
2000- São Borja, o Primeiro dos Sete Povos.
2001- Zamzibar, a Ilha das Especiarias.
2004- Imperadores, Pergunta:O.G.M. Verdade ou Mentira?

Serie Escola de Samba da região Porto Alegre

Imperadores do Samba
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Imperadores do Samba
[[
Imperadores do Samba]]
Fundação:
19 de Fevereiro de 1959 (49 anos)
Escola-madrinha:
cores:
Vermelho e Branco
símbolo:
Dois leões africanos guardam a coroa imperial
Bairro:
Praia de Belas
Presidente:
Luis Carlos Amorim
Presidente de honra:
Carnavalesco:
Guaraci Feijó
Comissão de carnaval:
Guaraci Feijó, Chico Espuma eSérgio Peixoto
Intérprete oficial:
Vinícius Machado
Diretor de carnaval:
Paulinho Branco
Diretor de harmonia:
Victor Nascimento
Diretor de bateria:
Sandro Brinco
Rainha da bateria:
Madrinha da bateria:
Mestre-sala e porta-bandeira:
Rodrigo Rufino e Raquel Nunes
Mestre-sala e porta-bandeira:(segundo casal)
Coreógrafo:
Comissão-de-frente:
Enredo de 2009:
150 Anos de Glórias. Vermelho e Branco, Uma Só Paixão
Dia e hora do desfile (2009):
'
S.R.B. Imperadores do Samba é uma escola de samba da cidade de Porto Alegre[1]. Sua quadra localiza-se no bairro Praia de Belas.
Índice[esconder]
1 História
2 Personagens
3 Lema da escola
4 Enredos
5 Títulos
6 Prêmios
7 Ver também
8 Ligações externas
9 Referências
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[editar] História
A Imperadores do Samba foi fundada em 19 de Janeiro de 1959. Sua cores são o vermelho e o branco, seu símbolo a coroa imperial guardada por dois leões africanos. É a segunda maior vencedora do carnaval do categoria especial da capital gaúcha.

[editar] Personagens
Hoje estão vivos alguns fundadores: Luis Carlos Amorim, Baiano, Banana, Eloir.
Neri Gonçalves (Mestre Neri Caveira) - Músico Percusionista e Mestre de Bateria com vários campeonatos conquistados.Levou seu talento musical para o tradicionalismo, unindo duas culturas.
Oswaldo Lima da Oxum: Primeiro presidente a levar a forma de administrar a escola de samba como uma empresa. Criou uma estrutura na escola para grandes shows nacionais, levou seus Diretores de harmonia e Bateria para estudar no Rio de Janeiro, trazendo novas formas de apresentar sua escola na avenida.Preocupou-se com seu público que iria frequentar a sua escola, trazendo assim novos aficcionados para a escola.Com seu comando a escola trouxe vários títulos, mas sua postura imponente e audaciosa tornou a escola antipática para o público.
Roberto Correia Barros (Betinho) - Diretor de carnaval nos anos 80 e presidente nos campeonatos de 1995 à 1998 e 2000 e 2001.Trouxe vários campeonatos prá escola. Após anos de direção trouxe um trabalho de grupo no departamento de carnaval, mas era sua a palavra final. Procurou tornar a sua escola tão grandiosa que foi o primeiro a trzer esculturas e fantasias do Rio de Janeiro para colocar em sua escola. Procurou profissionais nas artes plásticas prá trabalhar em seu "barracão".
João Aruanda (João G B Pontes) - Músico e 1º Diretor de Harmonia Geral do Carnaval de Porto Alegre.Estudioso tendo viajado várias vezes ao Rio de Janeiro para estudo de aprimoramentos com Diretores de Harmonia dessa cidade.Várias vezes Estandarte de Ouro, criador e idealizador de Grupos Shows, lançando grandes nomes no Carnaval.Criador da Coordenação de desfile e sob seu comando criação da primeira ala das escolas de samba gaúcha:"Ala Novidade".
Irajá de Almeida Guterres: Criador da Bateria-show, primeiro a ser chamado de Mestre após conquistar 3 anos consecutivos de Prêmio de Melhor Bateria.Trouxe prá Bateria a baqueta de tamporim tripla, assim como "desenho" musical nos naipes individuais. Cada naipe tocava a mesma coisa. Foi um Diretor que além de se preocupar com a parte musical trouxe a preocupação de vestir bem a sua bateria, quer nos desfiles ou apresentações em shows e "muambas" (ensaios técnicos), ainda foi o criador das Festas de Bateria.
José Ananias - Ex-Diretor da Ala Sementinha do Futuro. Presidente da escola anos 88,89.
Carlos Alberto Barcelos (Roxo) - Radialista e antigo conselheiro da escola nos anos 70 e 80.
Devemos destacar alguns nomes de Figurinistas: Fernando, Joares,Tigrinho, Ronny Rocco, Barbosinha, Guaraci Feijó, entre tantos nomes e depois foram brilhar em outras escolas também.
Vera Costa - Temista de 1996,desenvolvido pelo departamento de carnaval.
Mas o nome de maior destaque como temista da escola foi sem sombra de dúvida:Sérgio Peixoto.Hoje trabalha para quase todas esclas de sambas em todos o estado.
Wilson Ney - Autor de "Convite ao Povo", popularmente conhecido como "Povo Meu" que tornou-se um dos hinos da escola.
Sem dúvida que os anos de 80/90 foram destaque com grandes sambas da Imperadores, sambas que foram escolhidos entre jovens da bateria: Jean Tamborim, Renato e Maguila, e da ala de pandeiros os irmãos, Lele e Fofo, grandes destaques até os anos 2002.

[editar] Lema da escola

Sou Imperador até morrer!


[editar] Enredos
Imperadores do Samba
Ano
Colocação
Categoria
Enredo
1959
Malandro.
1960
Malandro.[2]
1961
Calipso.
1962
Festa em Bagdá.
1963
Festa do café.
1964
Campeã
II
Rio 400 carnavais.
1965
Campeã
II
Festa nas Antilhas.
1966
I
Aquarela do Brasil
1967
Campeã
I
My fair samba.
1968
Campeã
I
Uma festa no México.
1969
Campeã
I
Epopéia dos Bandeirantes.
1970
I
Lendas e tradições do Rio Grande do Sul.
1971
I
China, 4000 anos de civilização.
1972
I
Chegada da Família Real ao Brasil.
1973
I
Quilombo de Palmares, epopéia de uma raça.
1974
I
Lamartine Babo, Pixinguinha...Mitos musicais do Brasil.
1975
Campeã
I
Apoteose histórica do mundo literário de Jorge Amado.
1976
I
Mauriceia - Romance de um conde chamado Nassau.
1977
I
Mistérios e magias da terra sem fim.
1978
I
Atlântida, década de ouro do cinema nacional.
1979
I
Oxumaré, oferenda de amor a Obatalá.
1980
I
Eldorado, tesouro perdido de um reino encantado.
1981
Campeã
I
Noite de criança bailando sobre raios de prata.
1982
I
Bahia, berço histórico do Brasil.
1983
I
Nem tudo que reluz é ouro, nem sempre o que balança cai.
1984
4º lugar
I
Num amanhecer de carnaval, alegria e festa no jubileu de prata.
1985
6º lugar
I
Porto dos escravos.
1986
6º lugar
I
Tô me aguardando pra quando o carnaval chegar.
1987
2º lugar
I
Das águas, das matas, dos céus, os Imperadores do universo.
1988
Campeã
I
Das glórias dos gramados, apoteose de alegria, um Rei entre os Imperadores.
1989
4º lugar
I
Liberdade, paraíso, mito ou ilusão.
1990
Campeã
1A
Moitará.
1991
4º lugar
1A
Da magia à alegria, Imperadores no universo da dança.
1992
2º lugar
1A
Teatro de bonecos, arte popular.
1993
Campeã
1A
Lupi, podes entrar que a casa é tua.
1994
2º lugar
1A
Ghandi, o guerreiro da paz.
1995
Campeã
1A
O fantástico mundo de Monteiro Lobato.
1996
Campeã
Especial
Perfume, um banho de cheiro.
1997
Campeã
Especial
Imperadores - Século XXI.
1998
Campeã
Especial
Brasil, mostra a tua cara.
1999
2º lugar
Especial
A lenda do arco-íris.
2000
Campeã
Especial
São Borja - O primeiro dos Sete Povos.
2001
Campeã
Especial
Zamzibar, ilha das especiarias.
2002
3º lugar
Especial
A assombrosa transformação da natureza.
2003
2º lugar
Especial
Ontem, hoje, sempre Imperadores.
2004
Campeã
Especial
Imperadores pergunta: OGM, verdade ou mentira?
2005
4º lugar
Especial
Miscigenação, o surgimento de um povo.
2006
3º lugar
Especial
Assim caminha a humanidade.
2007
8º lugar
Especial
Aribóia, valente brasileiro, lendário guerreiro.
2008
13º lugar
Especial
Olufiran, de rei a mendigo - O Rei Negro que recebeu seu trono dos Imperadores.
2009
Especial
150 Anos de Glórias. Vermelho e Branco, Uma Só Paixão"
2010

[editar] Títulos
Campeã do Grupo-Especial: 1967, 68, 69, 75, 81, 88, 90, 93, 95, 96, 97, 98[3], 2000, 01, 04[4],
Campeã do Grupo-II: 1964, 1965.

[editar] Prêmios
Top of Mind (Revista Amanhã): 2004[5], 2006[6], 2007[7], 2008[8]

domingo, 27 de julho de 2008

O carnaval de Porto Alegre


Foto: Ivo Gonçalves / PMPA Novos barracões do Complexo Cultural Porto Seco
CULTURA
Associação anuncia mudanças para o Carnaval de 2009
O novo presidente da Associação das Entidades Carnavalescas do Rio Grande do Sul (Aecpars) promete mudanças para as próximas edições do carnaval de Porto Alegre. As novidades incluem desde o processo de criação de carros alegóricos até o momento do desfile, com modificações na pista do Complexo Cultural Porto Seco. Ademir Moraes, o Urso, presidente da Império da Zona Norte, foi eleito, recentemente, para o biênio 2008/2010.
A principal modificação será na construção das alegorias, que deve ser iniciada em agosto no Complexo do Porto Seco. Antes, o processo iniciava em dezembro ou janeiro, o que dificultava a conclusão dos carros alegóricos. “Isso dará um novo aquecimento ao carnaval e mais tranqüilidade às escolas”, diz o novo presidente. Segundo ele, por iniciar seis meses antes, a montagem do desfile criará mais empregos durante todo o ano. Conforme Urso, de 350 a 500 pessoas serão empregadas diretamente e cerca de 2,5 mil indiretamente.
A loja localizada no Porto Seco, que revendia materiais às escolas por meio de uma parceria com a Aecpars, não funcionará para o próximo carnaval. Os materiais serão comprados diretamente em lojas de São Paulo e Rio de Janeiro, o que deve diminuir em até 30% o custo. Outra idéia é a criação de arquibancadas numeradas. “Vamos melhorar mais que o visual, mas a qualidade do carnaval, já que as escolas terão mais tempo para se organizarem”, garante Urso.
Novos baracões - Criado há quatro anos, o complexo cultural melhorou as condições para o desfile e o trabalho de preparação das escolas. Além da pista de desfiles, a prefeitura investiu R$ 800 mil em cada um dos 15 barracões, locais onde as escolas criam os carros alegóricos. Essa atividade antes era realizada em pontos diversos da cidade. Os cachês, que variam de R$ 55 mil a R$ 90 mil, de acordo com a classificação de cada escola no Carnaval anterior, foram pagos pela Secretaria Municipal da Cultura (SMC) com antecipação para esse Carnaval de 2008, no final de outubro, o que garantiu mais agilidade aos trabalhos.

Imperio Serrano e sua Historia


CARNAVAL 2008
HISTÓRIA DO G.R.E.S. IMPÉRIO SERRANO
História todas as escolas de samba têm: foram fundadas por uma pessoa ou por um grupo, enfrentaram dificuldades no começo, cresceram, se firmaram, ganharam títulos... Mas eu não conheço uma história mais bonita que a do Império Serrano, porque ela está ligada ao desejo de justiça, democracia e participação. Tudo começou no Prazer da Serrinha. O nosso pessoal saía nessa escola, comandada por Alfredo Costa. "Seu" Alfredo era o dono, mandava e desmandava, e no carnaval de 46 chegou ao cúmulo de desprezar na hora do desfile o samba Conferência de São Francisco, de Silas de Oliveira e Mano Décio da Viola, que fora ensaiado com antecedência e feito especialmente para "contar" o enredo apresentado pela escola, o que na época era novidade. "Seu"Alfredo cismou, de repente, de mandar cantar um antigo samba de terreiro, No alto da colina, e o resultado foi a péssima colocação da escola, uma das favoritas naquele ano.O nosso pessoal achou que era demais. Sebastião de Oliveira, o Molequinho, com seus irmãos, compadres e amigos, resolveu fundar uma escola de samba que fosse inovadora em tudo. E principalmente na questão de ninguém poder dar ordens que não admitissem discussão, de ninguém ter de abaixar a cabeça mesmo sem concordar. Adeus, seu Alfredo Costa. Adeus, Prazer da Serrinha. Agora todo mundo vai poder opinar, todo mundo vai querer ser ouvido: nascia o Império Serrano. Era 23 de março de 1947.Foi na casa da Dona Eulália, na Rua Balaiada, no coração do morro da Serrinha, que a idéia de Molequinho se tornou realidade: saiu reunindo num caderno as assinaturas dos que o apoiavam.
O nome foi sugerido por ele, mas na escolha das cores ele foi voto vencido - era, enfim, a democracia que chegava - e prevaleceu a sugestão do compositor Antenor, pintando de verde e branco o morro da Serrinha, o subúrbio de Madureira e o carnaval carioca.
Para a existência da nova escola foi fundamental o apoio e a experiência de Elói Antero Dias, líder comunitário de grande importância para a consolidação da cultura brasileira em nossa cidade. Como seu genro João de Oliveira, conhecido como João Gradim, irmão de Molequinho e D. Eulália, foi o primeiro presidente da nova agremiação, o Mano Elói, como era chamado, não poupou esforços para que o Império Serrano se impusesse, desde o primeiro momento, como algo novo e diferente.Mas ninguém poderia prever naquele instante que a escola que nascia iria ser nove vezes campeã do carnaval carioca e assumir uma importância cultural bem maior do que simples resultados de desfiles. O Império Serrano nasceu sob o signo da liberdade de expressão, de opinião. E esta luta continua até hoje. Todo mundo quer falar, todo mundo briga quando algum candidato a déspota tenta calar a nossa voz. A império-serranidade fala mais alto e ninguém abaixa a cabeça, não. Por isso, nunca tivemos um dono, ou patrono, fenômeno comum hoje em dia e que ajudou tantas co-irmãs a crescerem. Mas temos muitos donos: os sócios, os freqüentadores, os torcedores, os admiradores desta linda história, que a gente vai escrevendo a cada ano não sem dificuldades - a democracia tem seu preço - mas com muita paixão, que é coisa que não falta neste abençoado pedaço de chão entre Madureira e Vaz Lobo.
FICHA TECNICA
CARNAVAL 2008 - SINOPSE DO ENREDO
" TAÍ, EU FIZ TUDO PRA VOCÊ GOSTAR DE MIM"

G.R.E.S. IMPÉRIO SERRANO

Presidente administrativo: Humberto Soares Carneiro
Data da Fundação: 23 de março de 1947
Cores: Verde e branco
Sede administrativa: Av. Ministro Edgar Romero, 114 - Madureira
Quadra de ensaios: Av. Ministro Edgar Romero, 114 - Madureira
Tel.: Quadra (21) 2489-8722 / 2489-5696
Enredo: “Taí, eu fiz tudo pra você gostar de mim”
Carnavalesco(s): Márcia Lavia e Renato Lage
Autor(es) do enredo: Márcia Lavia e Renato Lage
Bibliografia:
CASTRO, Ruy. Carmen. S. Paulo: Companhia das Letras, 2005.CARDOSO Jùnior, Abel. Carmen Miranda, a cantora do Brasil. Sorocaba: Edição particular, 1978.NASSER, David. A vida trepidante de Carmen Miranda. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed. O Cruzeiro, 1966.
*Agradecimentos especiais ao Museu Carmen Miranda, pela consulta ao acervo e orientação.
Diretor Geral de Harmonia: MarcãoOutros Diretores de Harmonia: Serginho, Ferreti, André, Everaldo, Alfredinho, Leo Simpatia
Intérprete Oficial: GonzaguinhaOutros Intérpretes: Jovaci, André Moreno, Vitor Cunha, Gilmar PQD
Diretor Geral de Bateria: Mestre ÁtilaOutros Diretores de Bateria: Gilmar, Felipe, João Elis, Sidiclei, Douglas, Eliezer, Walter, Betoven e AlanTotal de componentes: 260
Presidente da Ala das Baianas: D. EniTotal de componentes: 100
Ala das Crianças: Responsável: Maria CéliaTotal de componentes: 80
Galeria Velha GuardaPresidente: Sr. MazinhoTotal de Componentes: 80
Outras informações:
Departamento de Carnaval
Vice-presidente de Carnaval: Rachel Valença
Diretor Geral de Carnaval: Waltinho Honorato
Comissão de Carnaval:
Angélica DinizAntônio LatorreCarlos PereiraEduardo Schrch Filho (Xuxu)Fábio FrançaFabrício da CruzGerson TavaresJener TonassoJosé Paulo Tarlé (Piu-Piu)Leandro CardosoLuciano VargemMoisés AlmeidaPaulo Roberto EliasVitor Monteiro
JUSTIFICATIVA DO ENREDO
Aos 60 anos de existência, o Império Serrano leva para a Avenida a trajetória de Carmem Miranda, artista que tanto nos encantou. Nestes anos de glórias, de lutas e sobretudo de muita resistência, o Império sempre se manteve ligado aos temas que contam a história do Brasil.A própria história da nossa verde-e-branco, nascida em pleno contextoda redemocratização do país, é um grito de liberdade, palavra imperiosa na sua conta, de escola de samba sem “dono”, aguerrida e elegante, sabedora do seu papel na história do samba e consciente de seu lugar e posição na cultura do nosso país.E taí Carmem Miranda, que fez tudo para que gostassem dela, e conseguiu. Caiu no gosto popular quando o rádio ainda engatinhava: ela acertou em cheio. Carmem interpretou canções que pareciam complementar uma necessidade, já que preenchiam um espaço lúdico e vital que o povo brasileiro trazia consigo e que sua arte trouxe à superfície.Com seu apelo sensual e sua espontaneidade adquirida na vivência das ruas do centro do Rio de Janeiro, a voz de Carmem parecia portar a sua própria imagem, um fenômeno explosivo que “ bombou” nas ondas do rádio e se tornou a primeira cantora campeã de vendas de discos no Brasil.Aos vinte anos já despontava sua estrela. Carmem firmou um repertório que se tornaria referência nacional. Foram canções que se fixaram noimaginário do brasileiro e são recorrentes nos nossos motivos de festa, de tristezas, de deboche e de exaltação, canções sem as quais o Brasil teria incompleta sua identidade.A figura da baiana, definitivamente associada à imagem de um Brasil ideal para uns ou pouco provável para outros, tornou-se uma marca. Marca de exportação em que Carmem imprime uma visão da Bahia, com o auxílio luxuoso de Dorival Caymmi e a formatação carioca que ela soube muito bem desenvolver, ganhando o mundo.Mundo que se temperou como ela descreve com suas próprias palavras: “Vou botar tempero no gosto e no “gôto” daquela boa gente(...). Nos meus números não vai faltar nada: canela, pimenta, dendê, cominho(...). Vou levando vatapá, caruru, mungunzá, balangandãs, acarajé(...).”E, não contente com isso, Carmem cutuca: “E vão comigo seis baianas repenicadas, isto é, vou levar seis fantasias representando a gente do Bonfim... Mandei caprichar nesses trajes da nossa terra. Tenho feito tudo para que a música e a baiana sejam uma bomba por aquelas bandas.”Carmem salta para outra esfera, o cinema americano, o mercado mundial, a política da boa vizinhança, dólares, dores, fama, solidão. Pagou um preço, mas não arredou o pé, seguiu em frente com um profissionalismo inegável, sacolejando sempre nossos balangandãs e legitimando o samba como música nacional, recebendo o merecido título de Embaixatriz do Samba.E em matéria de samba o Império Serrano é soberano. Sempre irradiando canções, verdadeiras pérolas, patrimônio nosso que atravessa o tempo e se perpetua, assim como as canções que Carmem Miranda eternizou. Daí o elo inevitável de duas forças que se complementam no cenário artístico nacional. Império Serrano e Carmem Miranda mais uma vez unidos, caminhando contra o vento dos modismos, a favor da beleza e das coisas genuínas, escrevendo mais uma página da história, elevando a alegria que alegoriza a vida e personagens decorrentes. Acenando para a estrela ascensionada que ela sempre foi e será, pleiteando agora que seu brilho possa refletir mais uma vez na coroa de nossa bandeira, que tanto anseia por brilhar novamente, voltando ao lugar merecido no pódium do mundo chamado samba.SINOPSE DO ENREDO
TAÍ, EU FIZ TUDO PRA VOCÊ GOSTAR DE MIM (A Era do Rádio)Carmem se beneficiou do rádio, embora esse apenas engatinhasse, e timidamente abria espaço para a música popular buscando um encontro com ouvintes.Dos 21 aos 29 anos, entre 1930 e 1939, fora a maior estrela brasileira do disco, do rádio, do cinema, dos palcos e dos cassinos e recordista em gravações. Com sua incrível expressividade, saltava das canções, tornando-se “presente”, “viva” para quem a ouvisse.Com ela o carnaval e o samba se tornaram símbolos de nosso país. Carmem descobrira a alegria brasileira.Em 1930, Taí (Pra Você Gostar de Mim) vendeu 35 mil discos em um ano! E em seis meses de carreira Carmem torna-se a “Rainha do Rádio”.O QUE É QUE A BAIANA TEM?Antes de migrar para a indústria do disco, para o rádio e o cinema e tornar-se canção popular nacional, a música popular carioca passou pelo reduto das casas das tias baianas. A presença da baiana torna-se constante na vida da cidade.Invadem os bailes do Teatro Municipal do Rio e segundo a própria Carmem (...) marinheiros e baianas eram fantasias proibidas por serem vulgares demais.Mas Carmem através do cinema norte-americano abre espaço para popularizar a figura da baiana em nosso carnaval.CASSINO DA URCANo sobe-e-desce das orquestras sempre a tocar, emolduradas pelo clima art déco e cercada de black-ties (traje obrigatório nos sábados), regados a champanhe grátis e ornamentado por orquídeas, assim era o clima dos cassinos. Carmem cantou em vários deles, mas foi no Cassino da Urca que ela marcou época e alçou vôo para a América.“TO BROADWAY FROM SOUTH AMERICAN WAY”Seis minutos no palco da revista Streets of Paris foi o que Carmem precisou para conquistar a Broadway. O sucesso alcançado nos night clubs de Nova York foi o passaporte natural para o cinema e as televisões dos EUA. Carmem torna-se a personalidade brasileira que invade esse universo e lidera um seleto grupo de destaque em Hollywood, onde realizou cerca de 14 filmes.“YES, NÓS TEMOS O SAMBA!”Carmem era o exemplo de alegria, otimismo e felicidade transbordantes preconizados no carnaval, na festa permanente.Ainda hoje quando se fala de Brasil no exterior ela é lembrada e o samba vem de carona, provando que não há ditames quando se quer expressar um povo, uma nação. O samba é a “cola” que nos une, que nos “linka” com outras nações e é capaz de transcodificar o que há de mais genuíno em nossa essência luminosa que, quando “toca”, faz brilhar o coração de quem possa apreciá-lo e ouvi-lo.“O pandeiro do samba, tamborim de bamba” continuará a ecoar em todas as épocas em nosso imaginário, em nossos corações.Que assim seja.
ROTEIRO DO DESFILESetores da Escola1o SETOR
nome: A ERA DO RÁDIOnumeração das alas: 01 a 06
2o SETOR
nome: O QUE É QUE A BAIANA TEM?numeração das alas: 07 a 11
3o SETOR
nome: CASSINO DA URCAnumeração das alas: 12 a 15
4o SETOR
nome: IN SOUTH AMERICAN WAYnumeração das alas: 16 a 20
5o SETOR
nome: YES, NÓS SOMOS O SAMBAnumeração das alas: 21 a 25
ROTEIRO DO DESFILEAlasDescrição das Alas
Figurinista(s): Nº Nome da Fantasia Nome da ala Descrição Responsável pela alaComissão de Frente 1 Pierrô Comunidade Alusiva à marcha Pierrô apaixonado Departamento de Carnaval2 Arlequim Quem sabe sou eu Figuras tradicionais do carnaval Lívia Menezes3 Balancê Ala dos Devotos Alusiva à marcha do mesmo nome, gravada por Carmen Inês Valença4 Alô Alô Carnaval Ala das Crianças A alegria das marchinas carnavalescasl Maria Célia5 Piratas Heróis da Liberdade Alusiva à marcha Pirata da Perna de Pau Cosme Dantas6 Cantores do Rádio Ala das Feras Alusiva à marcha do mesmo nome, gravada por Carmen Eulina da Costa7 O que é que a baiana tem? Ala das Baianas Homenagem à Bahia D. Eni8 Balangandãs Ala Ricca Alusiva a um dos elementos mais importantes do clima baiano de Carmen Ricardo Wandeveld9 Lavagem do Bonfim Ala das Baianinhas Baianinha curta, uma tradição da escola Bruno Teté10 Senhor do Bonfim Balanço e Alegria Walter paraná11 Candomblé Bateria Representação de Ogun, orixá protetor do Império Serrano Mestre Átila12 É de trampolim Comigo Ninguém Pode Contém elementos dos jogos deazar praticados nos cassinos Marly da Costa13 Trinca Sente a diferença Mistura de jogos de azar e espetáculo Tereza Cerqueira14 Quadra Ala dos Remédios Mistura de jogos de azar e espetáculo Jorge dos Remédios15 Coristas Quem Quiser Pode Vir Representa os tradicionais coristas dos shows em Cassinos Reinaldo Fernandes16 Broadway Representa o esplendor da Broadway 17 Ruas de Paris Família Imperial Homenagem à música Streets of paris, sucesso fulminante de Carmen no exterior Sérgio Roberto Costa18 Paducah A Noite é Nossa Inspirado no traje usado pelo Bando da Lua no filme do mesmo nome Maurício Costa19 Touradas em Madri Quem Não é Não se Mistura Alusiva à marchinha do mesmo nome Marivaldo20 Mamãe eu quero Ala do Grilo Alusiva à marchinha do mesmo nome Dulcinéa Ribeiro21 Imperianos Vila da Penha Homenagem à escola que homenageou a Pequena Notável em 1972 Humberto Carneiro22 Banda de Ipanema Amizade Jurema BatistaGrupo Embaixada das Caricatas Embaixada das Caricatas Fantasia livre, em homenagem ao apreço da comunidade gay à Pequena Notável Adagoberto23 Raízes da África Ala Coreografada da Serrinha Homenagem à negritude, marca distintiva do Império Serrano Gerson Tavares24 Ala dos Compositores Homenagem à elegância imperiana Chupeta25 Velha Guarda Homenagem à tradição imperiana Sr. MazinhoROTEIRO DO DESFILEAlegorias
Descrição das Alegorias
1o ALEGORIA
Nome: A Era do Rádio
Descrição: Carro em estilo art déco, que reúne elementos da época de ouro do rádio: o gramofone, o disco 78 rpm e o aparelho de rádio.
Autor: Renato Lage / Márcia Lavia
Principais destaques: Neste carro Carmen Miranda será representada pela atriz Miriam Pérsia, que desfilou como uma das figurações de Carmen em 1972 e nestes 36 anos nunca deixou de desfilar na escola. Esta é a forma de homenagear suaconstante participação na agremiação.
número da ala anterior à alegoria: Ala 01
2o ALEGORIA
Nome: O que é que a baiana tem
descrição: Carro alusivo ao estereótipo criado por Carmen Miranda sobre a figura da tradicional baiana, que a acompanhou durante toda a sua trajetória artística. Ele traz todos os elementos representativos da Bahia, na arquitetura, na religião, na cultura, como homenagem ao estado do Brasil que nos legou as mais caras tradições de ancestralidade. Nele Carmen Miranda será representada por um gigantesco busto em escultura de Poggi, um dos mais renomados artistas do carnaval carioca.
Autor: Renato Lage / Márcia Lavia
Principais destaques: Não há. Os elementos de composição são todos jovens componentes do Império Serrano, oriundos do Morro da Serrinha, seu berço.
número da ala anterior à alegoria: Ala 07
3o ALEGORIA
Nome: Cassino da Urca
descrição: Mostrará o luxo e o esplendor dos cassinos, principal vitrine dos grandes artistas da época. Homenagem ao palco dos primeiros sucessos de Carmen no show-business.
Autor: Renato Lage / Márcia Lavia
Principais destaques: Ana Cristina, representando Carmen em traje de baiana, que a imortalizou.
número da ala anterior à alegoria: Ala 13
4o ALEGORIA
Nome: In South American Way
descrição: Alusivo à carreira internacional de Carmen Miranda, o carro apresenta características do luxo dos espetáculos da Broadway.
Autor: Renato Lage / Márcia Lavia
Principais destaques:
número da ala anterior à alegoria: Ala 19
5o ALEGORIA
Nome: Yes, nós temos o samba
descrição: Carro tropicalista, onde o símbolo da escola – a coroa – se mistura aos balangandãs, guias, frutas e outros elementos de brasilidade, inserindo o Império Serrano no clima desta segunda homenagem à grande cantora, dando início às comemorações do centenário de seu nascimento.
Autor: Renato Lage / Márcia Lavia
Principais destaques: Paulo Santi, representando o Carnaval. Grandes baluartes do Império Serrano emprestarão seu prestígio a esta homenagem.
número da ala anterior à alegoria: Ala 24
ROTEIRO DO DESFILEMestre Sala e Porta Bandeira
1o Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira
Número da ala anterior ao casal: virão abrindo o desfile, logo após a comissão de frente
Nome do Mestre Sala: Charles
Nome da Porta Bandeira: Danielle do Nascimento
Nome da Fantasia: Figuras tradicionais do carnaval
Outras Informações:
2o Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira
Número da ala anterior ao casal: 18
Nome do Mestre Sala: Diego Machado
Nome da Porta Bandeira: Rafaela
Nome da Fantasia: “Eu fui às touradas em Madri”
Outras Informações:
SAMBA-ENREDO
Presidente da Ala dos Compositores: Chupeta
Autores do Samba-Enredo: MARCÃO, MARCELO RAMOS, VANDO DINIZ, CHUPETA, HENRIQUE HOFFMANN, WILLIAM BLACK, NATO E ZÉ PAULO
Letra
Luz, divina luz,Eu quero ouvir o seu cantarIMPÉRIO SERRANO é samba,É Carmen Miranda, é popularPequena Notável, de ti eu sou fãOh! Deusa dos balangandãsNa imensidão de um sonhoViajei na fantasiaNo rádio, no cinema, nos cassinos deu um showA fina flor da boemia
No tabuleiro da baiana temTem requebrado, tem quitute, tem amorE nesta festa vou sambar tambémCom pandeiros, tamborins e agogôs
Sua voz ecoa pelo arAo som de lindas marchinhasSeu nome atravessou fronteirasUm buquê de poesiasSe internacionalizou –“Samba ioiô”Fez o Tio Sam sambar –“Samba iaiá”Estrela que brilha, tu és maravilhaNum lindo céu azul anilA portuguesinha que virou rainhaOrgulho deste meu Brasil
Meu IMPÉRIO outra vezVem no balanço do seu coraçãoEu sou verde-e-branco com muito orgulhoSou emoção

quinta-feira, 24 de julho de 2008

A QUERIDA MANGUEIRA E DARÇY RIBEIRO

por ANDRE ALVARENGA
24/7/2008-
3:37
SERIE CARNAVAL 2009 RJ

Mangueira e Darcy Ribeiro

Parece que chegamos ao início do fim do boom dos enredos patrocinados das escolas de samba. Isso, aliás, será tema de uma discussão que pretendo levantar aqui futuramente. Mas, voltando, a falta do dinheiro devolve às escolas uma coisa que já lhe faltava havia algum tempo: a liberdade. O resultado disso são os belas histórias que se desenham para 2009. Por isso, para que vocês tenham uma idéia da beleza que vem por aí, começamos hoje a publicar as sinopses dos enredos. Abrimos esta série com a Estação Primeira de Mangueira, que fará uma viagem pela obra do antopólogo Darcy Ribeiro, com "A Mangueira traz os brasis do Brasil, mostrando a formação do povo brasileiro", do carnavalesco Roberto Szaniecki.
Intenção do Enredo
A Estação Primeira de Mangueira, no Carnaval 2009, pretende resgatar através da visão de Darcy Ribeiro, a formação do povo brasileiro comparando-o com Roma, por sua presença latina no nosso país continente.
Esta Nova Roma justifica-se porque é mestiça sem perder a sua latinidade, mas recebendo influência indígena e negra, formam uma sólida e mutante identidade étnica. É um Brasil cujo povo é alegre e orgulhoso de sua mestiçagem e, veremos através de nosso enredo como isto se deu neste ambiente tropical onde, o clima e o verde abraçam a todos.
Começamos pelos índios, que ao longo de 10 mil anos aprenderam a lidar com o ambiente das florestas e consegue tirar o melhor dela para a sua sobrevivência. Seus núcleos sociais obedecem a uma hierarquia própria e direcionada para o bem comum.
Com a chegada dos europeus, os opostos se confrontam; selvageria e civilização em um primeiro momento não irão se misturar. Entretanto com os interesses de ambos os lados, os índios cobiçando ferramentas e europeus com olho no pau-brasil, a aproximação torna-se inevitável. O indígena não se deixa escravizar facilmente, não subserviente, é contra o seu espírito livre, daí, surgindo grandes dificuldades no processo extrator da nobre madeira.
As circunstâncias sinalizam caminhos outrora pouco ortodoxos para a solução do problema.
Das milhares de aldeias por toda a costa se torna comum o "casamento" de índias com europeus. Agora parentes, surge a tal mão-de-obra para derrubar o pau-brasil; é o "Cunhadismo". O início da mestiçagem também é o início da formação do povo brasileiro.
O denominado mameluco aprende sobre a milenar cultura indígena que se soma aos conhecimentos europeus. Quem são eles? Nem um, nem outro, são a base transformadora de uma nova etnia nacional.
O contato com o europeu também foi danoso para o índio. Moléstias vindas do outro lado do mar dizimam os que aqui habitavam aos milhares, entretanto, a junção de conhecimentos foi primordial para a subsistência de todos nestas terras.
Gado, cana, ouro e plantios em geral necessitam de mão de obra, a demanda era muito maior que as "gentes" para a labuta.
Agora o interior também se desenvolvia no processo extrativista e de assentamento. O negro trazido da África como escravo, se junta com o mestiço local, daí surgindo multidões de crioulos e mestiços de toda a ordem por aqui.
Não podemos esquecer que, no período destes primeiros três séculos a fé movimentou de forma consistente a vida dos habitantes locais. O catolicismo jesuíta se junta com sincretismos de toda ordem e transformam a fé em uma manifestação santeira e festeira, muito importante para o desenvolvimento folclórico nacional.
O negro também contribuiu de forma definitiva para a disseminação da língua portuguesa, pois os índios e jesuítas criaram uma linguagem própria e as etnias negras tinham seus dialetos, portanto, para haver comunicação deveriam aprender a linguagem do capataz.
Com a miscigenação "este" não era índio, nem branco, nem negro, então o que ele era? Seria identificado quando se definisse o que era um brasileiro.
Não demorou que neste território gigante a política libertária, não somente do povo como também da coroa portuguesa se manifestasse. Os inconfidentes, o Brasil agora imperial, a libertação dos escravos em um país miscigenado recebe levas de mão-de-obra européia e oriental, em São Paulo e Sul, formam-se novas ordens de desenvolvimento, incluindo industrial.
Mesmo com as adversidades provocadas por séculos de história, o povo brasileiro se sente como um povo só. O regionalismo apresenta diferenças neste país continente, entretanto a urbanização contribui para uniformizar os brasileiros, porém, mantendo as suas diferenças.
Nossas regiões têm em si identidades próprias, mas o mais importantes é que mostrarmos tudo isso com os "olhos" de Darcy Ribeiro e como ele mesmo diz: "que bela história tem este povo brasileiro".
Roberto SzanieckiCarnavalesco
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Abertura
O Carnaval do Rio de Janeiro celebra os 25 anos de inauguração do palco maior, a Passarela do Samba, popularmente conhecida como Sambódromo, mas que traz em seu batismo o nome do grande educador, antropólogo e político brasileiro, o saudoso professor Darcy Ribeiro.
Nós, mangueirenses, formadores deste contingente que, a cada ano, temos a possibilidade de nos mostrarmos em nossa essência de "brasileiros", utilizamos esse palco para contar e cantar nossa história, nossas tradições e nossas manifestações populares, pintando na avenida o retrato do nosso povo.
O "povo" é o nosso tema. O enredo é construído baseado no livro "O Povo Brasileiro", de autoria do antropólogo Darcy Ribeiro.
A maior expressão cultural consolidada de um povo vem de seu folclore, portanto, nosso carnaval mostrará estas manifestações advindas das cinco regiões do país através de suas maiores festas, sempre repletas de simbolismos e com sua beleza tão diferenciada.
Neste super espetáculo das Escolas de Samba do Grupo Especial, podemos, através da fantasia, retornar ao passado para reviver o início da formação de nossa grande nação, a partir das viagens par o novo mundo esmiuçando o avassalador contato dos que aqui chegaram com os habitantes nativos destas paragens.
Confira os setores de desfile:
1º Setor - O início de um novo povo
Para entendermos melhor como nasceu nosso país para o mundo, voltaremos para a filosofia colonialista portuguesa dos séculos XV e XVI. Diferentemente dos espanhóis usurpadores e exterminadores de civilizações, a Coroa Portuguesa, até por sua pequena área geográfica, necessitava de terras para expandir-se, enriquecer e abastecer-se através de um comércio efervescente.
No Brasil não foi diferente, porém, para que este empreendimento prosperasse, vários fatores foram considerados. Entretanto, para nós, alguns deles serão irrelevantes. Nosso país cresce através dos séculos baseado em duas premissas: a primeira é a produção e a segunda, seguindo pela própria necessidade da primeira, é o assentamento deste povo, neste solo produtivo.
A primeira visão do colonizador português ao aportar nestas novas terras, o remete às visões mitológicas da época; o paraíso perdido aqui se encontrava. Vislumbra-se um povo diferente, cuja nudez é comum, inocente. Vivia-se em total integração com a natureza, não existem roupas, moeda ou comércio, nada que se assemelhe com a organização civilizatória européia.
Esses índios são, nessa visão, parte integrante do paraíso, pois, somadas a exuberância da floresta com seus sons e suas cores, instigam fortemente a imaginação dos que aqui chegaram nestes primeiros tempos.
Entretanto, para se levar a cabo a nova empreitada, o processo civilizatório não seria tão fácil como se supunha.
Em pouquíssimo tempo a visão angelical se desfaz, dando lugar à nova percepção destes aborígines. Estes são organizados em sociedades comunitárias, onde todos vivem para o bem comum, apenas plantando e extraindo da terra o essencial para sua própria subsistência, além da caça e da pesca.
Essas tribos também se rivalizam, tanto no comportamento quanto na forma de expressão, e essas diferenças os levam a constantes embates sangrentos, pois a arte da guerra era prática comum. A conseqüência desses confrontos horrorizava os portugueses e outros europeus que aqui chegavam, principalmente pelo destino que esperava os guerreiros vencidos, os ?sobreviventes?, que seriam canibalizados, prática comum dada à crença de que ao comer os corpos dos guerreiros vencidos, sua força seria assimilada e dessa forma somada ao corpo dos vencedores, tornando-os mais fortes e corajosos. Isso acontecia em rituais e, curiosamente, com o total consentimento da vítima.
Neste início, a oferta de mão de obra branca era insuficiente para o novo projeto extrativista de pau-brasil e também para o plantio de subsistência, e, principalmente, quando se pensa em um projeto expansionista agro-pecuário.
O processo escravista indígena para tal fim, não se consolida pelo simples fato de que o índio, além de não se entender como mão de obra manipulável, resistiria de forma violenta, tendo em vista que jamais usou desta prática para com os seus e, dessa forma, não havia nenhuma razão para se deixar manipular pelo colonizador.
É o choque de culturas que, inicialmente, não são complementares; porém, em pouco tempo o seriam.
O branco rapidamente e por necessidade começa a assimilar os conhecimentos de sobrevivência dos índios. Aprende a reconhecer os alimentos da terra, fará uso da caça e da pesca e, aos poucos, implantará via importação o gado e a cana, que se mostra viável para este solo.
Uma alternativa para o impasse da utilização de mão de obra indígena se dá com a prática do casamento entre os portugueses e as índias. Este processo ganha o nome de "cunhadismo", já que dessa forma, este branco passa a fazer parte da ?família? e terá como vantagem poder usar seus familiares para empreender seus intentos produtivos. Os filhos destas uniões serão o embrião desta nova nação mestiça.
O expansionismo do ciclo do gado promovido por Garcia D?Ávila na Bahia, se dá com a chegada das reses de Vacuum vindas da África, que aqui se reproduzem e serão tocadas em direção ao interior da Bahia, ao nordeste e ao norte, por estes caboclos boiadeiros.
No litoral o plantio da cana faz-se expressivo. A mão de obra utilizada ainda é a escravista indígena e mestiça, o que nem sempre se dá de forma tranqüila e cordial.
A Coroa Portuguesa clama pelo aumento de produção e o modelo organizacional ainda não se faz eficiente, principalmente no que diz respeito ao plantio.
Em paralelo, o processo civilizatório passa também por outra vertente; na visão do religioso europeu, através de suas "missões", é preciso salvar e introduzir naquelas almas em danação, um pouco de paz e promover desta forma a fermentação da utopia da Igreja no novo mundo. Neste contexto, não demora muito para que os interesses da Igreja colidam com os objetivos mercantilistas, agravando ainda mais o problema da falta de mão de obra para a demanda, que ora se apresentava.
2º Setor - O africano e o afro-brasileiro
A mão de obra negra é introduzida no Brasil no final do século XVI, para suprir as necessidades no plantio da cana para a exportação. As levas de negros se tornarão constantes até o século XIX, entretanto, no começo desta prática escravista não há distinção entre as habilidades dos negros que aqui aportavam, era apenas ?carvão para ser queimado?, já que o raciocínio era baseado na labuta de sol a sol, sem que a importância da manutenção física deste contingente escravo fosse levada em consideração, pois era facilmente substituível.
Com a interiorização da colônia e seus novos assentamentos, as exigências do cotidiano aproximam-se do ?modus-vivendi? da matriz européia. Fora aqueles que se aventuram a atravessar o Atlântico com a ambição em riquezas e aliado agora ao advento das sesmarias, não existe muita opção de trabalhadores para suprir os fardos habituais que se apresentam.
Neste ponto, cabe explicar que os negros que aqui chegam vêm de vários pontos diferentes da África, com seus próprios dialetos e suas habilidades diferenciadas. A primeira barreira a ser vencida será a da comunicação; os escravos não conseguem interagir inicialmente por falta de coesão lingüística, forçando os mesmos a aprender o parco, porém eficiente linguajar do capataz. Este receberá sonoridade, um pouco diferente do praticado na Corte e assimilará palavras oriundas da raiz tupi. Esse mecanismo, ao longo dos séculos, tornar-se-á o principal instrumento da união nacional.
Os negros, adaptados ao novo modelo de viver, são cruciais quando da chegada de novos lotes para complementar os quadros serviçais, pois estes disseminam a forma de trabalhar, o comportamento e até o modelo sincrético de sua fé, sempre reprimido em contraponto à imposição cristã.
Levando em conta o cuidado tomado pelos compradores destes lotes, nos quais poucas cabeças da mesma etnia se manteriam juntas, com a finalidade de reprimir quaisquer formas organizacionais de rebelião, exemplificam a eterna tensão existente neste formato de sociedade. Por outro lado, outra forma classificatória se faz presente.
A colônia não se resume mais ao plantio da cana ou a criação de gado. O cenário muda para novas formas de obtenção de lucro. Com o ouro e as pedras preciosas além da expansão urbana, os negros, com seus conhecimentos adquiridos nas suas nações de origem, são aproveitados além da mão de obra bruta, sendo também aproveitados para toda uma nova gama de funções necessárias para o bom andamento destes núcleos.
Negros experientes no trato com a madeira, mineiros conhecedores de ouro e metais, artesãos construtores, escribas letrados e negros de bom trato para os serviços de contato direto com as gentes brancas.
Outra contribuição relevante se faz na culinária, intimamente ligada aos cultos religiosos, que se prolifera por todos os cantos do país onde existe a presença destas etnias.
Segundo pesquisadores citados por Darcy Ribeiro, são três grupos os que chegam da Costa Ocidental da África. O primeiro, da cultura sudanesa, compreende os Yorubás, Dahomey e os Fanti-Ashanti. O segundo traz grupos islamizados como os Peuhl, os Mandinga e os Haussa do norte da Nigéria e, por fim, o terceiro grupo é formado por Bantus vindos de Angola e do território que conhecemos hoje por Moçambique.
Sem essa organização no processo produtivo não teríamos uma melhor qualidade na manipulação do ouro, na cunhagem e no trato com as pedras preciosas, em destaque para os diamantes, tudo com o amplo direcionamento exportador.
No campo das artes mobiliárias e decorativas, os mestres artesãos ensinam seu ofício para uma verdadeira legião exclusiva de mãos talentosas; como conseqüência surge uma arte colonial peculiar lembrando em parte a influência européia, mas com o nítido peso e beleza daquela cultura, a qual se adapta e recria as formas impostas.
O sincretismo religioso finca uma nova manifestação de fé, que num primeiro momento constrói toda uma nova visão de devoção, que se tornará com o passar dos séculos uma demonstração peculiar e única da crendice e fé populares.
Enfim, usos, costumes e comportamento serão absorvidos e incorporados, mesmo sem nos darmos conta, ao nosso dia a dia, tal como aconteceu em relação ao índio.
3º Setor - O Brasil crioulo e caboclo
As diferenças ecológicas e os processos produtivos de cada região formarão como o próprio Darcy Ribeiro descreve, ilhas de desenvolvimento e protocélulas civilizatórias distintas em nosso território. A comunicação entre estas no início é inexistente, entretanto com o passar dos séculos e tendo sido processadas de forma muito parecida, estas formações étnicas brasileiras, cada uma com porcentagens diferentes de matrizes, em dado momento, formarão o arquipélago assentado mais sólido e unificador nacional já visto no que diz respeito ao fluxo colonizador das Américas.
Nossa colônia-país sempre recebeu gente que de uma forma ou de outra chegaria para ficar, para se assentar, para por aqui viver e morrer. Portanto quaisquer que fossem os motivos, bárbaros ou não, se daria a tal miscigenação seu tempo, formando o que já foi dito como protocélulas civilizatórias com a cara do Brasil.
Com o início da produção açucareira trazida com a experiência dos portugueses das Ilhas da Madeira e dos Açores por seus mulatos e, usando a tecnologia árabe que dominavam, além de encontrar por aqui o solo de massapé que propiciava o plantio, a veloz disseminação das áreas plantadas se fazia em ordem exponencial.
Surgem as cidades porto de Recife-Olinda e Salvador, compreendendo as faixas litorâneas de plantio do sul da Bahia até Pernambuco.
Analisando a adaptação do europeu e a destruição da massa indígena além de sua aculturação e assimilação, conclui-se que uma nova etnia se faz presente nessas áreas.
Com a chegada do negro, essencialmente mão de obra direcionada para o cultivo no campo, torna-se impossível não haver uma deterioração sócio-cultural desses negros e a sua assimilação engordando esta nova etnia brasileira típica amulatada.
Para esse Brasil crioulo, os movimentos de produção com o tempo tendem a se pulverizar em outras culturas como o fumo, o algodão, o anil e o cacau, que apesar de não serem tão importantes em relação a ganhos de exportação, não se dão com números desprezíveis, mesmo porque a eficiência das técnicas existentes garantia grande produtividade e qualidade.
Os caboclos são descendentes mais diretos de uma miscigenação branca e índia, onde particularmente o negro terá pouca influência. Na história da região principalmente amazônica, está a chave desta etnia misturada.
Com as numerosas invasões ao longo do grande rio-mar por franceses, espanhóis e toda a sorte de pirateadores de produtos, faz-se necessário criar uma rede de proteção para as margens do Amazonas.
A densa floresta torna-se provedora de uma enorme variedade de especiarias, as quais o olho do europeu tanto cobiçava. Óleos vegetais, ceras de origem animal e vegetal e, por fim, a extração do látex das seringueiras promove a interiorização destes.
A adaptação do caboclo no trato do rio com a pesca, transporte e escoamento do fruto de seu trabalho, promove por fim o que se almejava: a proteção da malha ribeirinha e o sustento, mesmo que precário, deste contingente étnico diferenciado.
Durante quatro séculos as vilas e núcleos urbanos pouco prosperaram. Entretanto, com o advento da borracha houve investimentos maciços em Manaus e Belém do Pará, transformando estas cidades em grandes metrópoles aos moldes europeus do início do século XX com uma velocidade espantosa. Para reforçar o processo extrativista da borracha, chegam também levas de nordestinos com o sonho de enriquecimento rápido, aumentando ainda mais a movimentação destas, agora grandes cidades.
O declínio do látex força novamente o contingente trabalhador extrativista a viver na penúria e agora dependendo de forma efetiva do ecossistema e dos proventos que os rios oferecem.
Essa adaptação está tão enraizada neste povo, que aos poucos são aqueles que querem largar seu modo de vida para aventurar-se em outras paragens.
O elo de ligação civilizatório passa obrigatoriamente pelos rios e neles trafegam os "regatões", barcos armazéns que vêm recolhendo os frutos da produção e trocam, na prática do escambo, por vezes por mantimentos, ferramentas, combustíveis e vestuário, conforme as necessidades mais prementes.
Esta prática não é para a maior parte dos logradouros algo muito constante, já que além das distâncias, o clima e o rio influenciam nas produções e os produtos adquiridos adaptam-se ao ritmo sazonal.
Por outro lado, as influências das matrizes que criaram este caboclo ainda se fazem presentes em seu comportamento e em suas expressões folclórico-culturais.
4º Setor - O Sertanejo
Para dentro das faixas litorâneas do nordeste de verdes florestas onde se praticam o cultivo do açúcar, estende-se outra área ecologicamente bastante diferente da primeira.
São as planícies do agreste, o semi-árido das caatingas e no Brasil central, os planaltos e cerrados extensos, todos propícios para a expansão do gado trazido inicialmente de Cabo Verde. Cuidados de forma solta, já que o vacum procurava seu pasto e suas aguadas, era definitivamente o ambiente ideal para sua reprodução.
Os canaviais estavam intimamente ligados à produção pecuária, pois dela saiam carnes, laticínios, força motriz e transporte para apoio da indústria açucareira.
Com a sua natural expansão rumo ao interior, promovida inicialmente na Bahia e em seguida por Pernambuco, um grande contingente é envolvido na empreitada já que estamos falando de 700 mil cabeças no final do século XVI.
Nos currais criados para pontuar o caminho do gado, viviam famílias inteiras com o apoio de aprendizes que zelavam pela boa serventia dos vaqueiros, que chegavam e partiam constantemente e traziam consigo o sal e toda sorte de produtos que se faziam necessários para a subsistência.
A interiorização do gado no nordeste e norte chega às fronteiras da grande floresta amazônica e rumando em direção ao centro-oeste, recebem também influências da região pantaneira.
Etnicamente analisados, os sertanejos que inicialmente são descendentes de índios e brancos sofrem um processo de clareamento quando mestiços claros e brancos sem lugar nas plantações escravistas, optam por fazer parte desta prática de pastoreio, mas, ainda em contato com indígenas no nordeste e no norte este clareamento não é muito notado. Já no centro-oeste os indígenas passam a ser um empecilho para a expansão das terras que seriam ocupadas por boiadas, provocando assim um branqueamento mais efetivo, porém com traços indígenas suavizados.
Ao longo dos séculos os sertanejos nordestinos que ocupam as terras áridas dos sertões sofrem com o meio-ambiente. Tornam-se mais baixos e atarracados, o mesmo acontecendo com o gado.
As distâncias dos assentamentos com o tempo também se tornaram outro grande empecilho, quando a demanda por bovinos já não interessava mais aos latifundiários levando essa gente à penúria e à utilização das cabeças de gado para o seu próprio consumo. Estes agora se tornam nômades à procura de trabalho e os fixados a terra tentam produzir apenas o suficiente para seu sustento.
Este povo sofrido cada vez mais se agarrará a mecanismos que o façam suportar suas agruras, tornando-os fervorosos crentes na fé e em mitos europeus de salvacionismo, consolidando assim crendices e personagens tão diferentes neste universo agreste como santos, beatos e reis míticos.
Os sertanejos do centro-oeste terão outra sorte, pois sob as mesmas influências não serão tão fervorosos e crentes, até por não compartilharem o mesmo sofrimento dos nordestinos, já que o crescimento do gado e a sua distribuição prosperam a olhos vistos.
Para o goiano principalmente, o orgulho de pertencer à casta de vaqueiros habilidosos era uma meta a ser alcançada e, em suas manifestações de fé aos santos de devoção era prática a promoção de festas em agradecimento. Quanto aos mitos europeus, sobrevive apenas o de D. Sebastião com a Cavalhada que conta a luta entre Mouros e Cristãos, agora aclimatados aos moldes do campo.
5º Setor - O Caipira
O começo de São Paulo é em tese a transfiguração do mameluco com vestes aos moldes europeus, em contraponto ao índio local.
Para melhor entender esse meio branco e meio índio altivo em seu pedestal que pratica o comércio escravo indígena, deve-se observar que, esta sociedade apresentada está curiosamente enraizada em uma organização patriarcal fundada em laços familiares e composta de agregados de origem indígena.
São visões díspares de uma relação com os aborígines próximos, tidos como exército, funcionando como parte da rotina provedora e, miscigenado ou não, usurpador de mão de obra tirada a força das missões do sul.
São os Bandeirantes e os Entradistas que solidificam uma sociedade não produtiva em relação à sua terra, porém mercantilista em relação à venda mundial de escravos. Assim nasce São Paulo para a Coroa Portuguesa.
Os Entradistas foram de enorme valia nas descobertas de aluviões com grande concentração de ouro e até diamantes. Primeiro Taubaté, depois Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.
Com estes adventos a migração de escravos índios e negros da cana, abastados portugueses e a mais variada sorte de mestiços amulatados oriundos de todas as partes do Brasil formam um caldeirão de interesses, jamais visto até aquela época.
Novamente a Igreja surge como organizadora social. Cada casta tinha sua própria igreja e seu calendário moldava o comportamento dos seus, mediante as festas e o cotidiano trazendo traços de civilidade às novas vilas e cidades. Após quase dois séculos de exploração voraz do solo e das minas, as cidades mais pungentes amargariam a mais descendente deterioração.
Os recantos que hoje entendemos por Sudeste, Centro-Sul, Centro-Oeste e norte da região Sul do país e compreendem essas cidades, sofrem com a evasão populacional que, sem alternativas para a manutenção de seu antigo status, são pulverizadas nos campos outrora produtivos de ouro e diamantes.
Surge o caipira, aquele povo que não mais participa do processo mercantilista e agora só produz para sua subsistência, com nacos de terra e produtos agro-pastoris, que de vez em quando serve como mercadoria de troca entre núcleos rurais.
A palavra de ordem agora é o mutirão; para abrir roçados, consertar casas e pontes ou para a parca colheita do feijão ou do arroz.
Estes caipiras estavam no limiar da pobreza, porém manteriam, mesmo sem um núcleo urbano efetivo, a dignidade não versada.
Esse quadro não distinguiria cor ou etnia, pois todos estavam envolvidos pelo mesmo modus-vivendi, incluindo a adaptação culinária e, como não havia a preocupação com a posse da terra em grandes produções exportadoras latifundiárias, as castas não se faziam tão antagônicas.
Com o surgimento dos novos cultivos comerciais de exportação como algodão, tabaco e depois o café, as regiões caipiras seriam reativadas.
Nesta altura, todos estes núcleos tanto rurais quanto urbanos, falam o Português e de alguma forma mantém contato direto com a capital, agora transferida para o Rio de Janeiro.
Na nova reorganização latifundiária, o caipira é expulso das terras que são novamente legalizadas para outras mãos, que não as deles. Entretanto, surge a possibilidade de remuneração de seu trabalho na lavoura, ou mesmo a de participar como meeiro ou terceiro no trato da terra, mas a exploração desta mão de obra aparece quase sempre como cruel, a ponto de que mesmo assalariado se comparia a toda uma leva de escravos negros, que compunham os quadros de trabalho da fazenda ou de fazendas vizinhas. Esses mesmos caipiras veriam a seguir, após a libertação dos escravos em 1888, a implacável chegada de multidões de italianos, alemães, espanhóis e poloneses como colonos nas mesmas fazendas em que trabalham, roubando-lhes seus brios e seus espaços.
Essa figura sem etnia definida é mostrada de forma caricata por Monteiro Lobato com o personagem Jeca Tatu, o que não compreende a verdade. Hoje, podemos observar o que resta deste ser com seu jeito de viver e sem lugar na atual organização produtiva, como um bóia fria, que apenas luta pela sobrevivência sem nenhuma perspectiva de engajamento.
6º Setor - Os gaúchos, matutos e os brasis do Sul
Ao abrirmos este capítulo, narramos a construção das missões as quais o método civilizatório originou um povo novo que não era guarani, pois perdeu sua identidade indígena e também não era europeu porque nem seu sangue tinha.
Era um ninguém, meio civilizado e organizado no trato do boi livre, principal fonte de alimento, no plantio de subsistência e na docilidade da assimilação religiosa.
Os paulistas bandeirantes ávidos por escravos para a exportação, chegando aos campos do sul enxergam toda uma nova possibilidade real de obter lucro, porque além do escravo também conduziria o gado para as paragens mineiras, necessitadas de transporte, alimento e força motriz.
Com a destruição das Missões do Sul restaram poucos remanescentes fujões, alguns paulistas que daquelas terras se agradaram e mestiços fortuitos que circulavam próximos ao Rio do Prata.
Surge deste abandono o gaúcho que disputa cabeças rodeadas de gado, cria cavalos e os domestica com habilidade e, por fim, laça e domestica muares para carga.
Nestas terras de ninguém com reses de ninguém, esse homem colherá seu sustento em plantações de cunho de subsistência e ao longo do tempo tratará o boi em pé, que se tornaria mais lucrativo.
O trato da carne agora charqueada, o couro e a necessidade de marcação de corredores de terras organizaram ao seu modo esta economia pastoril.
Com a chegada dos açorianos no litoral do Sul e regiões dos povos das Missões, Pelotas, Laguna, Campanha do Ibicuí e, ao sul, Coxilha Grande reforça a presença lusa na região, já que a metrópole tem grande interesse na região e os embates com os espanhóis são constantes.
A maior parte do contingente do exército brasileiro se concentra nesta parte fronteiriça do Prata, já que ainda não há uma demarcação definitiva da geografia.
Novamente o mercantilismo ordena o povoamento e as demarcações; todos os esforços são voltados para a garantia da terra e da produção.
Os açorianos chegam subsidiados para a região. São concedidos sesmarias, ferramentas, sementes e animais para estes se assentarem. Entretanto, como produzir se não há para onde escoar a produção? O projeto torna-se um retumbante fracasso. Eles se voltam para a pesca e para atividades de subsistência passando a se chamar matutos. Sua passividade será posta a prova quando das guerras Cisplatinas e sua valorosa ajuda compreende a criação de postos de apoio na retaguarda das campanhas.
O Sul da vacaria e da mestiçagem consolida-se. As primeiras levas de gringos chegam à região: são italianos, alemães, poloneses, japoneses que prosperarão sob o signo do conhecimento no trato da terra e principalmente de uma cultura acima da média para o homem do campo.
7º Setor - Destino Nacional
Os imigrantes assentados no Sul e Sudeste implantam métodos industriais e semi-industriais para a maximização da produção. A industrialização dos grandes centros continua a atrair imigrantes da maior parte do país, principalmente nordestinos para quem sabe seguir o sonho de enriquecer.
O Brasil hoje é fruto de fusões de etnias aliado a uma não identidade direta com as matrizes e aí se incluem os imigrantes mais recentes, que optam por abraçar o país como pátria com seus descendentes, obviamente nascidos aqui e que honram sua terra natal, e incorpora em si mesmos o olhar das diferenças como iguais e se posicionando como aglutinadores da nação, por sua Língua, seu modo de pensar e viver, sem desconsiderar os fatores ecológicos de suas regiões e formações étnicas diferenciadas. Na visão utópica de Darcy Ribeiro, um dia plasmados seremos um só povo sem cor nem etnias, seremos brasileiros.
O maior exemplo desta afirmativa está na nossa maior festa popular, o Carnaval e dentro desta, o Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro que leva consigo o título de maior espetáculo da terra.
A Estação Primeira de Mangueira, sendo tradução e sinônimo direto para Escola de Samba e Carnaval é o exemplo vivo dessa história. Basta dar uma pequena olhada em seus eventos, em seu desfile: uma massa humana que congrega em seu corpo um bocado dessa gente mestiça e pura, na maioria do Rio de Janeiro, mas que abraça os ?de fora?, dos mais variados recantos do Brasil. Reflete de maneira inequívoca o pensamento do antropólogo Darcy Ribeiro, quando assim como o país absorve em seu seio estrangeiros que serão "assimilados" e que, por sua vez, assimilam a alegria de estar envolto pelo Samba, fantasiado de criatividade em verde e rosa, participando um pouco que seja desta delirante utopia de igualdade que nos é tanto cara.
Nosso país se fez de sofrimento, pés descalços fincando-se no chão, misturando-se matrizes e variantes étnicas, lutando para conhecer-se e reconhecer-se como brasileiros, para si e para o mundo. Aprendemos ao longo de cinco séculos que conhecendo e praticando, primeiro a Língua Portuguesa que se impôs e nos aculturando de tudo o que está na nossa história e nos nossos costumes tão variados, podemos nos definir como nação em crescimento e eterna renovação.
A Mangueira também é isso, uma nação de sambistas e "sambeiros" apaixonados por este país continente e que sabe da sua responsabilidade de mostrar-se no Carnaval de 2009, cantando mesmo que de forma sucinta o Brasil e sua formação, na extraordinária visão relatada no livro "O Povo Brasileiro".
Ao completarmos 80 anos, traduzimo-nos como povo. E o povo somos nós, desfilando na Passarela do Samba, que orgulhosamente ostenta o nome de Darcy Ribeiro e que alcança 25 anos. Pretensiosamente, contaremos esta saga que é a formação deste povo ímpar, "O Povo Brasileiro