sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Osuanlele Okize Erupê "Principe Custodio"



Custodio Joaquim de Almeida, um homem poderoso líder espiritual e de grande influência, oriundo de Benin na Africa e extraditado para o Brasil em 02 de Setembro de 1898 com sua chegada a Porto Alegre Capital do Estado prevista para 1900. Este homem traçou uma história cheia de mistérios e deixou um legado para os negros que o descendem.
Com a invasão inglesa em 1897, muitos nobres africanos são forçados a abandonar Benin a procura de refugio em outras regiões da Africa, o local escolhido pelo príncipe Negro foi São João Batista de Ajuda, porto não muito distante de Benin. La morou durante dois meses acompanhado por parte de seu conselho, e dali parte para o Brasil.
Contudo sua saída tem uma porção de versões, e todas ligadas a invasão britânica, uma delas diz que Osuanlele teria feito um acordo para deixar o país e viver no estrangeiro em troca de uma pensão do governo Inglês.
Em 2 de Setembro de 1898, o príncipe Custódio, pisa em solo brasileiro, mais exato na Bahia terra de todos os Santos onde permanecerá por um breve tempo, logo em seguida parte para o Rio de Janeiro ficando aproximadamente por dois meses.
Com orientação dos Búzios e os Orixás recebe indicação de migrar para o sul do Brasil, chegando a cidade portuária de Rio Grande em 1899, como conta sua história prováveis represalhas enviados por seus inimigos da Africa o remetem a novas mudanças o levando então a Pelotas, no ano de 1900 onde conhecera o politico Julho de Castilhos que procurava uma cura para seu câncer de garganta fato este que implica em mais uma vez, com a interferência dos Orixás a mais uma mudança, levando o príncipe a encontrar novo refugio desta vez em Bagé, onde acaba fortalecendo as questões da religião africana, presente no sul do país mas com aceitação ainda pouco aprovada por parte da população, o que faz passar por algumas ressalvas.
Sujeito mobilizador e de grande influência conseguira conquistar grandes coisas e sua fama cada vez mais se expandia pelo país. Seus feitos como curandeiro a traem a atenção de Júlio de Castilho que propõem sua mudança para a capital Porto Alegre.
Com a aprovação dos Orixás, Custódio Joaquim de Almeida chega para não mais sair, constroe moradia na Rua Lopo Gonçalves nº498, onde recebia várias personalidades, tanto de outras capitais quanto da própria mãe Africa.
Sua presença contribui para o fim das perseguições exercidas as casas de religião, o que se tornou bem marcante a pós sua morte.
Outro feito em sua passagem por Porto Alegre foi o assentamento de um Bará, que é o guardião das casas, cidades e das pessoas, na África também é comum este tipo de ritual nos mercados.
Hoje o Estado tem uma representação muito forte no cenário afro religioso com cerca de 70.000 (setenta mil casas de religião), é quase como um quilombo, em desenvolvimento sócio-cultural.
Com tudo, a passagem de um século, não altera as Características dos praticantes da religião africana, seguem o ritual de agradecimento ao Bará que resíde no mercado, para cumprimentar e agradecer a entidade assentada pelo príncipe Custódio.
O nome escolhido pelo príncipe ainda é uma incógnita para nós, mas a curiosidade é que seu sobre nome teria semelhança com um ex-escravo chamado Manuel Joaquim D'Almeida.
Após sua trajetória em terrenos Gaúcho morre o príncipe negro Osuanlele Okize Erupê, em Maio de 1935, aos 104 anos, na casa em que desde de sua chegada a Capital residiu. Deixando um legado para gerações futuras, repleta de religiosidade e mistério a serem pesquisados e contado a nossa comunidade afro asileira.

Agraço aos manos do Projeto Pente Fyno, que nos deram a oportunidade de conhecer um pouco da vida, deste grande homem que faz parte da nossa história.
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Todo dia é dia dos Negros!

Todo Dia é Dia da Consciência NEGRA !


No dia 20 de Novembro, viemos comemorar não somente a consciência Negra, mas a libertação Sócio-ideologica de uma etnia de cume importância para o desenvolvimento desta nação, que se utiliza do trabalho e da mão de obra ESCRAVA NEGRA.
Mas está data não têm somente o intuito de celebrar o dia da consciência dos negros, e sim de impulsionar todos os que tem desprezo pelo preconceito, a lutar contra a discriminação, e unir forças para continuarmos batalhando pelos direitos de igualdade racial, social, étnica, sexual e Política. Eliminando de nossa sociedade, o desejo de quem anseia em fechar portas, agredindo nossos irmãos e entes com todo este mau e senso de desigualdade. Ainda ssim, nôs são abertos precedentes para que prossigamos, cada vez mais unidos, de forma unificada lutando, não só por nossos ideais em quanto seres unitários, e sim por um sentimento idealizador de sociedade coletiva mais justa e menos parcial, transformando um mundo melhor para todos, sem distinções sejam elas quais forem.


Everton Padilha.